Projeto Conexão Mata Atlântica
O que é?
O projeto é financiado com recursos do GEF (Global Environment Facility), tendo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (FINATEC) como órgão executor dos recursos, em parceria com os governos estaduais do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que também assina o Convênio de financiamento não-reembolsável, é responsável pela coordenação geral do projeto, além de implementar os sistemas de monitoramento e avaliação e de presidir o Comitê de Coordenação Institucional (CCI).
O objetivo do projeto é recuperar e preservar serviços ecossistêmicos associados à biodiversidade e captura de carbono da floresta, em zonas prioritárias do Corredor Sudeste da Mata Atlântica brasileira. O projeto complementará esforços dos governos estaduais de proteção de unidades de conservação e incentivará a participação de proprietários de terras privadas num manejo sustentável da paisagem florestal, através da promoção de atividades de restauração ecológica de florestas nativas e regeneração natural assistida da floresta. As atividades do projeto estarão dirigidas a aumentar os estoques de carbono, promover a conservação de habitat necessário para a conservação da biodiversidade mediante a reconexão de fragmentos florestais, fortalecer a resiliência dos ecossistemas, e fortalecer a capacitação institucional dos organismos públicos e privados que participam do projeto. O projeto está organizado em 03 (três) componentes:
Componente 1: Fortalecimento da capacitação institucional para manejo e monitoramento dos estoques de carbono e da biodiversidade. O projeto irá apoiar a adoção de modelos de mensuração, capacitação para atualizar bases de dados e operacionalização de monitoramento do uso da terra. O componente 1 irá focar no desenvolvimento da pesquisa necessária para gerar modelos práticos de manejo de estoques de carbono, gerar dados confiáveis sobre: (i) estoques e sumidouros de carbono em paisagens antrópicas, (ii) biodiversidade, (iii) gestão de recursos hídricos e (iv) iniciativas de mudanças do clima, biodiversidade e manejo florestal sustentado na área do projeto. Para monitorar as mudanças ocorridas na área do projeto este componente irá desenvolver e implementar um sistema de monitoramento de carbono e um de biodiversidade que sejam compatíveis entre si de forma a fornecer resultados das ações do projeto em ambos sistemas que sejam comparáveis. Técnicos estaduais serão capacitados a utilizar estes sistemas, garantindo a sua permanência como instrumento de gestão e integração de políticas públicas de clima e biodiversidade. Este componente irá também estabelecer um sistema de monitoramento por resultados para avaliar os métodos e estratégias utilizadas no projeto como um todo.
Componente 2: Incremento dos estoques de carbono na Bacia do Rio Paraíba do Sul (BRPS): este componente será implantado na BRPS enfocando áreas de maior potencial para aumento de estoques de carbono. As atividades propostas envolvem a restauração de florestas nativas e paisagens produtivas voltadas ao sequestro de carbono e, ao mesmo tempo, conectando fragmentos florestais remanescentes para aumentar o fluxo genético e a conservação da biodiversidade.
Componente 3: Incremento da efetividade e sustentabilidade financeira das unidades de conservação no Corredor Sudeste da Mata Atlântica do Brasil: Este componente terá como objetivo aumentar a efetividade da conservação da MA em existentes e novas unidades de conservação localizadas no Corredor Sudeste da Mata Atlântica, porém fora da BRPS. Os recursos do GEF serão usados para assistência técnica, treinamento e equipamentos para melhorar a efetividade de unidades de conservação participantes, aumentar as paisagens de produção manejadas de forma sustentável mediante sistemas de certificação e a implantação de sistemas de Pagamentos por Serviços Ambientais em zonas com potencial para serem convertidas em reservas naturais privadas.
Ações do Componente 1
- Validação das propostas de Pagamento por Serviços Ambientais e comparação dos arranjos de auxílio financeiro aos produtores envolvidos no projeto nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo;
- Bolsas de Pesquisa para desenvolver modelos de gestão de estoque de carbono. Co-financiamento da FAPESP para pesquisa em modelagem de estoque de carbono na área do projeto;
- Atualização e consolidação de dados georreferenciados de iniciativas em recuperação de mudanças do clima, biodiversidade e Manejo Florestal Sustentável (MFS);
- Atualização da base de dados georreferenciada e pesquisa em lacunas de conhecimento entre a relação de dados de Carbono e Biodiversidade;
- Atualização da base de dados georreferenciada e investigação sobre lacunas de conhecimento da relação Carbono e Recursos Hídricos, e dados de Manejo Florestal Sustentável (MFS);
- Inventário de estoque de carbono;
- Estudos sobre a conversão do uso do solo para benefícios de Carbono;
- Linha de Base e projeções de uso do solo;
- Sistema de M&A (captura e conversão) do Carbono compatível com Sistema de Monitoramento para Biodiversidade;
- Linha de base de Biodiversidade; estudos sobre a conversão do uso do solo versus benefícios para Biodiversidade; linha de base de longo prazo e projeções;
- Sistema de Monitoramento da Biodiversidade compatível com Sistema para Carbono;
- Operacionalização do Sistema de M&A do Carbono compatível com o sistema de M&A para a Biodiversidade (MRV & protocolos MGMT) nas áreas do projeto.
Objetivo Principal
Recuperar e preservar serviços ecossistêmicos associados à conservação da água e da biodiversidade e captura de carbono da floresta em zonas prioritárias do Corredor Sudeste da Mata Atlântica brasileira (prioritariamente na Bacia do Rio Paraíba do Sul – BRPS).
Objetivos Específicos
1.Incentivar a mudança do uso da terra, favorecendo/incentivando sistemas silvipastoris e agroflorestais e silvicultura com espécies nativas;
2.Complementar esforços dos governos estaduais na gestão de Unidades de Conservação;
3.Incentivar a participação de proprietários de terras privadas no manejo sustentável da paisagem, através da promoção de atividades de restauração ecológica de florestas nativas, melhoria dos sistemas de produção e favorecimento da regeneração natural.
Figura1: Bacia do Rio Paraíba do Sul (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais)
Fonte: Coordenação Geral de Biomas - MCTIC, 2017.