Ciência Antártica para o Brasil - Plano de Ação 2013 - 2022

O que é

Em 2012 comemorou-se 30 anos do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), diante disso, fez-se oportuno avaliar e reestruturar os objetivos e metas do Programa. Os avanços científicos demonstraram a importância da Antártica para o ambiente sul-americano, contudo, ainda existem lacunas do conhecimento sobre os processos polares que afetam o cotidiano brasileiro.

Assim, foi lançado em 2013 o Plano de Ação da Ciência Antártica para o Brasil 2013-2022, que tem como objetivo definir os próximos passos da ciência antártica brasileira. Este documento foi elaborado conforme determinação da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) ao Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas (CONAPA).

O Plano apresenta como visão tornar o País reconhecido internacionalmente, pelo seu elevado desempenho científico na Região Antártica e Oceano Austral, implementando programas temáticos de forma sustentável, e que investiguem os processos ambientais e as relações atuais, pretéritas e futuras, entre o continente sul-americano e as regiões polares. Tais programas buscam também aumentar o protagonismo brasileiro no Sistema do Tratado Antártico, em particular no Scientific Committee on Antartic Research (SCAR). O SCAR é o comitê interdisciplinar do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU) responsável pela implementação, desenvolvimento e coordenação de investigação científica internacional na região Antártica, e seu papel no sistema Terra. Assim, foi proposto a criação de cinco programas temáticos de pesquisa científica que exploram que explorem conexões entre o ambiente antártico e sul-americano, com ênfase nos processos que afetam particularmente o Brasil. Os programas científicos estão abaixo elencados:

Programa 1: O papel da criosfera no sistema terrestre e as interações com a América do Sul? que investiga o papel da relação entre aquele continente e o clima do Hemisfério Sul com ênfase no continente sul-americano e na evolução dos processos biogeoquímicos ao longo dos últimos 12 mil anos;

Programa 2: Efeitos das Mudanças Climáticas na Biocomplexidade dos Ecossistemas Antárticos e suas Conexões com a América do Sul? dá atenção a origem e evolução da biodiversidade Antártica; sua distribuição (atual e pretérita) e as relações entre os organismos e o ambiente, contribuindo, dessa forma, para a compreensão das conexões biológicas entre a Antártica e América do Sul;

Programa 3: Mudanças Climáticas e o Oceano Austral é voltado às investigações dos processos físicos e biogeoquímicos associados às mudanças na circulação do Oceano Austral e sua interação com o gelo marinho e as plataformas de gelo que possam ter impacto nos climas do Brasil e do Atlântico Sul;

Programa 4: Geodinâmica e história geológica da Antártica e suas relações com a América do Sul? integra estudos desde a fragmentação do continente Gondwana, seu isolamento, bem como as consequências ambientais climáticas, ocorridas ao longo do tempo geológico;

Programa 5: Dinâmica da alta atmosfera na Antártica, interações com o geoespaço e conexões com a América do Sul investigará a dinâmica e a química da alta atmosfera e o impacto da depleção do ozônio estratosférico no clima antártico e os ecossistemas associados. Ademais, o Plano de Ação tece comentários sobre quatro pontos para garantir a qualidade das ações de C&T no âmbito do PROANTAR ao longo dos próximos dez anos:

 (1) atenção a outras áreas de investigação, incluindo temas emergentes, não contemplados nos cinco programas propostos;

(2) estudos sobre conexões com o Ártico;

(3) a necessidade de formação de especialistas antárticos e posterior absorção no sistema de ensino e pesquisa do País; e

(4) a divulgação e inserção social do conhecimento gerado pela pesquisa antártica brasileira.

 

Outras informações

Coordenação Geral de Oceanos, Antártica e Geociências - CGOA

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